Inicialmente, foram definidos os grupos de alimentos que comporiam a cesta básica. Como referenciais teóricos para esta construção, foram considerados o Guia Alimentar para População Brasileira e a dieta planetária Eat-Lancet reference diet, que sintetiza evidências científicas para construção de um modelo de alimentação que seja saudável para as pessoas e para o planeta.

A seleção dos alimentos dentro de cada grupo foi baseada nos dados de aquisição domiciliar de alimentos, coletados no âmbito da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) conduzida pelo IBGE durantes os anos de 2017 e 2018. Todos os produtos adquiridos por todos os membros do domicílio, durante o período de coleta dos dados, foram registrados na caderneta de aquisição coletiva, que incluiu: quantidade adquirida, local e forma de aquisição e valor gasto. Os valores gastos foram ajustados para o mês de janeiro de 2018. Informações sobre a amostragem, coleta dos dados e demais procedimentos metodológicos podem ser obtidos no site da pesquisa.

Para cada grupo, foram considerados os alimentos mais relatados em cada um dos estados brasileiros e distrito federal. Ao todo, a lista contempla 82 itens. Em linha com o que recomenda o Guia Alimentar para População Brasileira, a cesta incluiu, em sua grande maioria, alimentos in natura ou minimamente processados e ingredientes culinários. A quantidade de cada item dentro de cada grupo teve como base a quantidade média de compra per capita relatada em cada estado, ajustada para que, no somatório dos itens do grupo, atingisse a recomendação de consumo de grupo. Por exemplo, segundo as definições acima, a cesta deve conter 320g de frutas. No entanto, se em um dado estado a quantidade média de aquisição foi de 100g per capita, a quantidade de cada fruta deveria aumentar até que o total de frutas atingisse 320g. O aumento de cada item foi proporcional à sua quantidade de compra relatada na POF. Assim, se a banana correspondeu a 20% do total de frutas comprada neste estado, ela permanecerá com este mesmo percentual na composição de frutas da cesta básica. Desta forma, o aspecto cultural da alimentação é respeitado, bem como a importância de cada item nos diferentes estados do país. A lista de alimentos que compõe a cesta foi definida por estado, mas para facilitar a visualização, foi agrupada por grandes regiões.

Adicionalmente, foram construídas cestas para cada uma das 10 regiões metropolitanas em que há pesquisa de preço dos alimentos pelo IBGE. A construção da cesta em cada uma das regiões metropolitanas seguiu o descrito acima.

Demais adaptações incluíram: manteiga, café, e expansão do grupo de cereais integrais para incluir o arroz branco, farinha de mandioca, farinha de tapioca, macarrão, pães, azeite de oliva, sal e alho.

As cestas (grandes regiões e regiões metropolitanas) fornecem aproximadamente 2000 kcal/pessoa/dia.

Variação nos preços dos alimentos

Para o ajuste mensal no preço de cada alimento foi utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) . O índice nacional foi utilizado para a cesta básica no Brasil, e os índices de cada região metropolitana para ajuste do preço de sua respectiva cesta. Cada item da cesta é pareado com seu respectivo item do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC).

Nos casos em que o item não é avaliado pelo IBGE, é utilizado o índice referente ao grupo em que pertence (por exemplo, se não há informação sobra a variação do preço para o quiabo, o valor referente ao grupo “Hortaliças e verduras” é adotado – Brasil ou específico por região metropolitana, quando for o caso).

Até o momento, calculamos a variação nos preços dos alimentos e custo total da cesta básica (brasil e regiões metropolitanas) mês a mês desde janeiro de 2018. A cada mês são atualizadas as informações respeitando o calendário de divulgação do SNIPC.